a irmandade da cueca

Porquê que se diz um par de cuecas se ela é só uma? Não sei, talvez porque é sempre bom partilhar as coisas, mesmo as mais intímas... Mas como não há longe sem distância, e esta última existe, criamos aqui uma tertúlia virtual, em que os km não têm lugar e que por meias, completas ou ausentes palavras contamos o que nos vai na alma ou que simplesmente vai.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

2º dia do 1º mês de 2006


Hoje já é o 2º dia....dita a verdade a diferênça de 2 dias a mais ou 2 dias a menos do ponto 0 não é assim tão grande, a não ser na esperança de que é este o ano...mas de quê? É este o ano em que vou ser mais feliz, em que vou conseguir focalizar-me mais no que eu quero ser quando "for grande", é este o ano em que vou conseguir estabelecer objectivos e que vou conseguir cumpri-los, é este o ano em que perco uns quilinhos, é este o ano (é este o mês?) em que me inscrevo no ginásio, é este o ano em que vou conseguir controlar o stress e por aí continuava...
É engraçado, mas para mim nos 1ºs segundos do ano volto à escola, imagino que estou a abrir um caderno novo, no qual acredito que vou escrever tudo correctamente, usando as canetas de cores para fazer sobressair os pontos mais importantes, sabendo que a maior parte vai ser escrita a azul. Sei que quando chegar ao fim do ano, já arranquei algumas páginas, agrafei outras, misturei as cores, esqueci-me dele em casa, sujei-o com leite com café, passei por alguns sucessos, algumas desilusões, mas pelo menos algumas páginas ficaram como eu queria/desejava, quanto ao resto, posso sempre comprar um caderno novo e tentar tudo outra vez....
Mas adiante, vamos ao que já passou, a noite da passagem de ano e aqui, em especial para a Sister Meg, aquela que estava connosco em espírito e underware uns kilómetros mais a norte de Lisboa: passo a explicar o menu (vai-te habituando à ideia) sushi, sashimi, tempura e outros nomes mais que ainda não consegui decorar, acompanhado de um saké quente, que revigora o corpo e alma, o jantar agradável, feito em boa companhia, entre conversas fluídas e risos fáceis, acompanhado de muito pêlo, especialmente para mim, que resolvi estrear um casaco branco de angorá, que libertava fios e mais fios, alguns dos quais que insistiam em alojar-se nos meus olhos. Depois a hora 0, passada muito perto da Praça do Comércio, não sem antes termos feito a última corrida do ano (viva o stress!), para chegarmos a tempo de ver o fogo de artifício de Lisboa, cidades, vilas e lugarejos que ficavam na outra margem do Tejo... 5,4,3,2,1 0, as passas (que abomino, mas como porque é tradição), o champanhe (que não gosto muito, porque não gosto de bebidas com gás), os beijos e abraços, e feliz ano novo, os telefonemas impossíveis de se fazer e receber e já estava. Volta-se a subir para o Bairro Alto, à procura da caipiroska a 2€, o deambular pelas ruas, o falar com toda a gente, dançar ao som do altifalante com rodas que estava no meio do trânsito, o divertir porque está toda a gente, ou quase, bem disposta . Para acabar a noite, o eterno Jamaica, na sua mistura de gentes e estilos musicais, dos quais sobressai sempre o regguie e Sunday Bloody Sunday, ou uma outra qualquer dos U2. Mas aí, confesso, já pouco me mexi, juntamente com o casaco resolvi estrear as minhas primeiras, e não sei até que ponto últimas, botas de bico e cunha. Aiiiiiiii! Sofrimento atroz, meus pobres pés, ressentiram-se da sua 1ª experiência do ano e enviavam-me constantemente sinais de dor, os quais tentei ignorar, mas que fizeram com que o caminho final até a Campo das Cebolas, fosse o mais doloroso que já fiz até hoje nas minhas deabulações nocturnas pela capital.

Mas foi bom, aliás é sempre bom saber que se tem amigas, que apesar das discussões, amuos, discordâncias que se têm durante o ano, estão lá para nós e com as quais podemos contar todos os dias do ano, incluindo o último e o primeiro! E foi assim...

2 Comments:

  • At janeiro 03, 2006 12:28 da manhã, Blogger Sister Meg said…

    Cara Sister,
    Como adorei o teu primeiro post, na leitura atabalhoada que fiz já a passar da meia noite e com o corpo e a alma a suplicarem por uma cama quentinha até o maldito despertador tocar novamente...
    Espero que os restantes testemunhos venham a caminho, tão eloquentes e vivaços como o teu.
    Até daqui a pouco.

     
  • At janeiro 03, 2006 11:28 da manhã, Blogger Sister Meg said…

    Já agora, devo dizer-te que bastante apreciei o pequeno, mas significativo ajuste ao inicial Sandy. Confesso que, realmente não me parecia que te espelhasse... Gosto bastante mais agora.

     

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