a irmandade da cueca

Porquê que se diz um par de cuecas se ela é só uma? Não sei, talvez porque é sempre bom partilhar as coisas, mesmo as mais intímas... Mas como não há longe sem distância, e esta última existe, criamos aqui uma tertúlia virtual, em que os km não têm lugar e que por meias, completas ou ausentes palavras contamos o que nos vai na alma ou que simplesmente vai.

quarta-feira, junho 21, 2006

Cinzento

Imagem via este magnífico blog

Já que estamos numa de cores e foi com esta que se iniciou a semana.
Aliás, embora entretanto o sol tenha aparecido de novo, como que a dar as boas vindas à nova estação, as últimas semanas têm tido uma chata tendência para adquirirem tons mais ou menos deprimentes.
Primeiro foi o mais pequeno com febres, nada de especial. Depois foi a minha semana de decadência referida neste post e a minha lenta recuperação deste, no último fim-de-semana o Pê voltou a ser violentamente atacado de febres constantes e chatas que felizmente também acabaram por não ser nada de especial mas moeram, chatearam, cansaram e finalmente esta noite, tivemos lá por casa aquilo que acabou por ser, talvez, a noite mais desesperante e cansativa dos 40 meses de existência do meu metro e pouco de gente.
Pesadelo, descontrole, ataque de fúria, choro, gritos, mais descontrole, sustos aparentemente injustificados, birras, mais descontrole, choro compulsivo e durou, durou, durou.
Já não é a primeira vez que me sinto impotente para resolver uma qualquer situação, já não é a primeira vez que há pesadelos e descontroles lá em casa, já não é a primeira vez que chora e grita noite fora. Mas ontem à tardinha e esta noite tudo assumiu contornos e proporções que me levaram, pela primeira vez desde que adquiri o estatuto de mãe, a questionar se andarei a fazer algo de muito errado na educação do meu filho, a sentir-me tão impotente que queria fugir ou esconder-me até que a crise acabasse. É normal diz-me a pediatra, é normal sei eu. Saberei?
Entre as duas e as cinco e meia da manhã percorreram-se corredores, acenderam-se luzes, falou-se baixinho, fez-se de tudo um pouco para a crise passar. Nada acalmou, nada serviu, de nada serviu.
Quando finalmente o cansaço venceu o que nos deixou a todos de rastos, o meu metro e pouco de gente dormia com a expressão de um anjo.

Esperam-se desesperadamente noites mais calmas e dias mais coloridos.
(Não posso deixar de referir que as ilustrações fabulosas que coloquei neste e neste post são da também fabulosa Patricia Metola. Obrigada)

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