a irmandade da cueca

Porquê que se diz um par de cuecas se ela é só uma? Não sei, talvez porque é sempre bom partilhar as coisas, mesmo as mais intímas... Mas como não há longe sem distância, e esta última existe, criamos aqui uma tertúlia virtual, em que os km não têm lugar e que por meias, completas ou ausentes palavras contamos o que nos vai na alma ou que simplesmente vai.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Pensamento do dia...gosto dele!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Gone with the wind


Pretos, azuis, vermelhos, amarelos, às riscas, às flores, de todos os padrões possíveis, hoje encontram-se por aí, perderam a sua glória e jazem inanimados pelo chão, depois de uma luta, da qual saíram perdedores, com o deus Hélios. Sem apreço à sua dedicação e anos ao serviço, não fazendo jus à causa porque morreram, são abandonados ao seu infeliz destino, largados pelo chão, pelas poças, pelos cantos, ferros retorcidos, varetas partidas, cabos estraçalhados. Hoje fui vítima e demonstro o meu pesar, 3 varetas quebraram-se, 2 sofreram em lenta agonia, levei-o de volta ao lar já sem vida....

quarta-feira, novembro 22, 2006

O patinho feio


"Alguns" anos depois de Hans Christian Andersen ter escrito O patinho feio, eis que chega ao cinema uma adaptação desta conto: O diabo veste prata. Transpõe-se o patinho feio, para uma menina que não tinha gosto nenhum, o lago para uma revista de moda a Runaway, e os patinhos que gozavam para aqueles que trabalham na dita revista et voilá!, temos a fábula. A única diferença é talvez o fim, a menina feia opta por ficar simplesmente uma pata normal em vez de um cisne e as penas dos "patos" são substituídas por um guarda-roupa fabuloso de Prada, Valentino, Versace, Channel, etc...! Mas sim, vale a pena ir ver!

terça-feira, novembro 21, 2006

And the crowd went wild!!!

Imaginemos um palco central redondo, inserido no meio de um hemiciclo de 2 andares + o piso térreo, cheios de gente, todas a espreitar lá para baixo para ver a mãe do rock português: Senhores e senhoras o inesquecível autor de "Como o macaco gosta de bananas eu gosto de ti"........JOSÉ CID!!!!

Ahpoisé!!! Ontem fui ver este senhor sobejamente conhecido no nosso país, e quiça no estrangeiro, que durante 1H30 cantou e divertiu os milhares (quase de certeza umas 3000) de pessoas que foram até ao Casino de Lisboa, para mais que uma jogatana.
Gostei de o ver e o ouvir, e de viajar até aquela altura em que ele tocava na rádio e era vendido em vinil. É divertido poder cantar músicas das quais sei as letras (confesso, sei a letra de algumas das canções do José Cid), juntamente com todos os outros que me rodeam. Quando foi a última vez que viram uma multidão a tripar ao som de "Favas com chouriço"?
Não sei se por influência da globalização, a "perda" do escudo, ou pelo simples nevoeiro existêncial em que nos encontramos, os artistas portugueses, da velha praça, parecem unir-nos à volta de um tempo em que as coisas eram bem mais simples e centradas. Longe de ser pimba, acaba por se tornar popular, uma coisa nossa, que todos conhecemos e que nos leva de novo (no meu caso) à infância. Gostei de ser "acarinhada" pelo artista, notoriamente feliz por estar ali a cantar para nós, de partilhar o espaço com não sei quantas pessoas, que tal como eu, não se inibiram de cantar e dançar ao som de músicas que só nós, os portugueses, conhecemos. Não estava à espera, mas acho que ontem, o José Cid virou um símbolo do que é nacional!




segunda-feira, novembro 20, 2006

Viva a festa!!!!!!!!!


Apesar de não ter sido ainda desta vez que a irmandade se reuniu totalmente, o pretexto inicial foi extensível aos amigos e o jantar virou uma festa, acompanhado de boa comida e sobremesas, regada com vinhos a preceito e preenchido de muita conversa nonsense, e também não, como se quer nestas ocasiões. A não esquecer a fabulosa lareira a aquecer estas noites que começam a ser frias!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Já faz tempo....

...que por contigências várias do destino, a irmandade não se junta. Vamo-nos vendo, 3 ou 2 de cada vez, os contactos telefónicos são normais, mas estarmos juntas as 4, tem sido difícil.
Se os ventos e os deuses estiverem a nosso favor, eventualmente será amanhã, um dia, ou melhor, um jantar, em cheio. Até amanhã!?!




sexta-feira, novembro 10, 2006

Benvindo tempo para espreguiçar


Que venham 2 dias
De não fazer nenhum
De puro descanso ou/e de puro prazer

2 momentos a aproveitar
em 48 pontos para preencher
2.880 possibilidades de ser!

Bom fim de semana....

quinta-feira, novembro 09, 2006

"Natai"

O bombardeamento constante de publicidade a todo o tipo de brinquedos nesta altura do ano causa-nos angústias de que não gostamos. Por isso, a frase mais ouvida lá em casa é:
- Ó mãe, o "Natai" não vem nunca!!!!!

terça-feira, novembro 07, 2006

Coração de chocolate

Há muitos anos atrás um rapazinho da província veio assentar arraias na capital. Através de um companheiro de trabalho, acabou por ir parar à pensão da D.Rosa, situada perto da baixa lisboeta. Com o passar do tempo e convivência, acabou por confessar à D. Rosa, a paixão que nutria pela moça da fotografia na sala de estar, sua sobrinha. Vendo a honestidade e veracidade dos sentimentos do rapaz, D. Rosa depressa arranjou forma de os dois se conhecerem, primeiro através de carta e mais tarde, através de um encontro, perfeitamente familiar em que em nenhum momento os dois ficaram sozinhos. Ora por carta, por telefone ou visita, entre os dois as coisas foram aquecendo e uns meses mais tardes, a igreja tocava os sinos a celebrar a sua união. D. Rosa sorria, feliz por ter sido o início destes 2 que agora eram 1.

Eu tinha uma tia-avó da qual tinha medo. A ti Rosa tinha uma voz de trovão e um corpo imponentemente redondo, com o qual eu “gozava”, às escondidas, a dizer que ela não passava nas escadas da torre do Bom Jesus de Braga. Lembro-me sempre de ir, um pouco arrastada mas com olhos postos na recompensa, visitá-la, numa altura em que as visitas à família eram obrigatórias e corriqueiras, e lá ficava eu, na sala, à espera que a conversa entre ela e a minha mãe terminasse. Às vezes tinha a companhia da neta dela, minha prima, com a qual não me dava muito bem, na altura, mas que era melhor que nada e sempre nos entretínhamos uma à outra, outra vezes não, ia só para a varanda a ver quem passava na rua e a contar os segundos para a abertura da gruta de Aladino. Nesta gruta que era o armário da sala, as palavras mágicas eram os dedos da minha tia a girar a chave e , para meu gáudio, abria-se perante mim inúmeras prateleiras (na realidade deviam ser só 1 ou 2) onde a minha tia acumulava bombons, rebuçados, chocolates e outras iguarias, que me faziam aguentar estoicamente as visitas à casa dela. De todas as vezes e como recompensa final ela dava-me uns maravilhosos corações de chocolate embrulhados em papel lilás, que me faziam lamber os dedos e prometer-lhe que voltaria em breve à casa dela. É, desde pequenina que aprendi que tudo tinha um preço e, sim, aqueles corações de chocolate mereciam todas as horas daquela visita.

No Domingo passado o armário da sala perdeu a chave que lhe abria a porta e eu “ganhei” uma viagem ao passado e à infância, à memória das coisas simples que nos marcam, um trovão com coração de chocolate.